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quinta-feira, 4 de maio de 2023

Treinador conta sobre paixão pelo tênis de mesa e mudanças no esporte


Formado em engenharia agronômica e educação física, o professor de tênis de mesa de 74 anos, Alexandrino Monteiro, descobriu ainda em sua juventude o seu amor pelo mundo desse esporte que pratica desde de sua juventude, vendo de perto todas as mudanças que o desporto passou a partir de seus tempos pioneiros no Brasil durante o século passado.  A ênfase em ensinar para outras pessoas o exercício fez os filhos seguirem o exemplo do pai, com um deles, Thiago Monteiro, se transformado em uma atleta profissional que já foi tricampeão Pan-Americano por equipes.     


Foto: Ismael Azevedo

Alexandrino Monteiro atualmente é professor voluntário da ABBB (Associação Atlética Banco do Brasil), além de oferecer aulas a diversos projetos em periferias carentes ao redor do estado do Ceará que vem formando atletas jovens que muitas vezes disputam campeonatos nacionais e estaduais.   

Sobre o seu início no tênis de mesa, Alexandrino comenta que inicialmente não praticava o esporte, tendo sido jogador de futsal primeiramente,  que foi através de um amigo que pode conhecer o exercício. “Comecei no tênis de mesa a mais de 50 anos, eu originalmente era jogador de futebol de salão e fui para algumas competições nacionais como praticante, um colega atleta de tênis de mesa que me acompanhou, fez um convite para eu ver esse esporte. A partir desse momento fiquei empolgado, comecei a praticar, mas não era muito bom, por causa disso, decidi virar treinador, fazendo vários cursos para alcançar esse objetivo”, comentou o instrutor.   

A respeito das mudanças ocorridas ao longo de sua jornada no tênis de mesa, o treinador ressaltou que o nível cresceu bastante comparado ao passado, salientando a importância do treino para uma boa performance, mas, além disso declarou que atualmente a prática do esporte vem com um preço financeiro acima do normal, apontando os gastos com equipamentos. 

 “Antes com pouco treino ainda tinha a possibilidade de jogar bem, mas hoje o nível do esporte cresceu muito, tem muitas pessoas praticando, mas infelizmente o tênis de mesa é um esporte muito caro, com os equipamentos custando preços excessivos que precisam ser trocados diariamente, além dos gastos das viagens e suas inúmeras despesas. No Brasil, apenas quando um atleta já está em um nível muito bom tem alguma ajuda, diferente dos outros países que essa assistência começa desde do início”, frisou Alexandrino.    

Em relação ao seu projeto em comunidades carentes, o instrutor declara que tem muito orgulho em oferecer oportunidades para aqueles que mais precisam. “Eu gosto muito de treinar meninos pobres, é algo que faço com muito orgulho, pois, os mais necessitados também precisam ter oportunidade. Temos dificuldades, mas a federação ajuda, não podemos ir para todos os torneios, mas alguns conseguimos arcar com as despesas, e com isso já pareciam muito bons jogadores”, declarou o professor.    

Acerca dos benefícios sociais do esporte,  Alexandrino destacou o aspecto da socialização da prática como um fato importante para a formação humana, realçando as novas experiências que é possível através desse mundo. “O esporte de uma maneira geral socializa, mesmo tendo muita competição, com certeza é o local onde fiz mais amigos; além disso, muitos meninos vão poder conhecer novos lugares através dos torneios, ter novas experiências como viajar de avião pela primeira vez, então tudo isso é muito bom para a formação do caráter de um jovem que aprende a ser competitivo e amigo”, afirmou Alexandrino.      

Por Welisson Castro, sob supervisão dos editores de Esportes