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segunda-feira, 8 de maio de 2023

O que está em jogo na primeira visita de Lula ao Ceará no terceiro mandato



Em menos de uma semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca no Ceará para sua primeira visita ao Estado após eleito para o terceiro mandato. A chegada do petista, no entanto, traz sinalizações sobre a relação histórica do Governo com a região Nordeste, a situação atual da gestão petista, além de indicativos sobre a estratégia do PT para as eleições municipais do próximo ano.

Na agenda, o que oficialmente atrai o presidente é o lançamento da medida provisória autorizando a retomada de obras da Educação inacabadas no Brasil, principalmente creches e escolas.

O evento irá ocorrer justamente em uma creche na cidade do Crato, no Cariri, município onde nasceu Camilo Santana (PT), ministro da Educação de Lula e principal liderança petista no Ceará atualmente.

A comitiva presidencial ainda deverá estar na Bahia para cumprir agenda também na área da educação.

LULA E O NORDESTE

Desde que assumiu a Presidência da República pela terceira vez, em 1º de janeiro, Lula tem priorizado agendas no Nordeste. Para efeito de comparação, ao longo dos 100 primeiros dias de governo, ele visitou dez estados brasileiros, sendo cinco no Nordeste: Bahia, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Maranhão. Agora, além de voltar à Bahia, o petista acrescenta o Ceará na lista de estados visitados.

“Sem dúvidas o presidente vem consolidar seu apoio político em um dos colégios eleitorais em que ele tem mais força. Ele também deve aproveitar a visita para mostrar as entregas de ações e obras federais em parceria com o Estado e municípios, o que faz muito sentido porque ele deve anunciar investimentos em retomada das obras paradas do Ministério da Educação”, acrescenta Mariana.

A região garantiu a Lula uma ampla vantagem sobre Bolsonaro. No caso do Ceará, o petista arregimentou 3,8 milhões de votos no segundo turno, totalizando 69,9% dos votos válidos. Jair Bolsonaro (PL), que visitou seis vezes o Ceará em seus quatro anos como presidente, somou 1,6 milhão de votos, representando 30% da preferência do eleitorado.

FORTALECIMENTO DE CAMILO SANTANA

O local escolhido para o evento que reunirá Lula, Camilo e lideranças locais também é simbólico: a terra natal do ministro da Educação. O ex-governador cearense se consolidou como principal liderança política do Estado no pleito do ano passado.

À época, Camilo liderou o PT em meio ao racha da aliança histórica com o PDT e indicou Elmano de Freitas (PT), eleito no primeiro turno, como sucessor do governo. Além disso, o hoje ministro foi eleito senador com uma votação recorde: 3,3 milhões de votos nominais, o que representou 69,76% do eleitorado.

Mais que isso, o petista “cumpriu” uma meta que havia estabelecido, conseguindo ampliar a votação de Lula no Estado, chegando a cerca de 70% dos votos. Após a posse de Lula, ele acabou sendo nomeado ministro, o cargo mais alto ocupado atualmente por um cearense no Executivo nacional.

BOAS NOTÍCIAS EM MEIO A DESGASTES

A viagem de Lula ao Ceará ocorre em meio a desgastes do Governo Federal em diversas áreas. Na última semana, o petista viu ser adiado o Projeto de Lei das Fake News, por exemplo. Os parlamentares ainda aprovaram o projeto que derruba decretos de Lula sobre o Marco do Saneamento. Outro ponto de turbulência da gestão foi a proposta de taxação de comércio eletrônico.

No Estado, Lula irá se deparar com uma pauta positiva que foi promessa de campanha: a retomada de obras paralisadas na Educação. A medida provisória que irá autorizar a retomada dos trabalhos em canteiros paralisados desde 2007 terá como investimento inicial R$ 4 bilhões.

No mês passado, em entrevista à TV Verdes Mares, Camilo Santana comentou sobre o assunto.

Ao longo dos últimos três meses, a nova gestão do Ministério da Educação enviou ao Ceará R$ 62,3 milhões em investimentos para a manutenção, a retomada, o seguimento e a conclusão de obras no Estado. A ideia do Governo Federal é implantar o mais breve possível uma agenda de entregas de obras federais em todo o Brasil.

Fonte: Diário do Nordeste