Usuarios On-line





terça-feira, 9 de maio de 2023

Cid nega rompimento com Ciro e defende união com PT


O senador Cid Gomes (PDT) assegurou nesta segunda-feira (8) que segue enxergando no irmão Ciro Gomes (PDT) um aliado político – mesmo após as divergências públicas entre os dois no que diz respeito à condução do PDT na eleição de 2022 no Ceará. O parlamentar também destacou que ainda vislumbra a possibilidade de composição com o PT para a disputa pela Prefeitura de Fortaleza em 2024, defendendo uma mudança de abordagem na questão por parte dos pedetistas da capital.


Foto: Divulgação


Ciro
“Continuo admirando o Ciro e considerando ele o homem mais preparado do Brasil”, disse ele à jornalista Kézya Diniz, em entrevista ao programa Conexão Assembleia, da Rádio FM Assembleia. “Você não enche uma mão, cinco pessoas que estejam no mesmo nível de conhecimento e dedicação”, disse ainda.
Cid havia declarado, ainda este ano, que Ciro “fez política com o fígado” nas articulações para a disputa no Ceará em 2022. Na época, o PDT decidia entre lançar candidatura da então governadora Izolda Cela (apoiada pelos petistas, que integravam a base) ou do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (apoiado por Ciro). Na avaliação de Cid, ao falar sobre o tema em fevereiro, Ciro se deixou levar pelo que transcorria no cenário nacional e trouxe para o Ceará “uma queixa que não tinha razão de ser”.

RC
A posição adotada sobre Roberto Cláudio, no entanto, se mostra mais hesitante: “Até o dia 3 de outubro não, mas o [que aconteceu] depois me fez pessoalmente ficar com o pé atrás.” Desde que perdeu a eleição para Elmano de Freitas (PT), Roberto Cláudio tem sido o principal expoente da oposição pedetista ao novo governador, com críticas públicas e engajando o PDT de Fortaleza em uma posição semelhante. Cid, por sua vez, repete que se colocou em uma posição de tentar viabilizar uma união entre as duas forças políticas após o pleito, o que acaba sendo dificultado pelas posições de RC e aliados.

Sarto
Em paralelo a isso, Cid também diz desaprovar a posição que o atual prefeito de Fortaleza José Sarto (PDT) tem tomado sobre aspectos de sua gestão. Para Cid, o círculo que rodeia o prefeito o tem estimulado a bater de frente com potenciais aliados e isso tem prejudicado a atuação da Prefeitura. Ele considera que esse núcleo – principalmente seus colegas no PDT de Fortaleza – está “estimulando ele a ir para essa coisa da denúncia, se eu não estou bem é porque não estão fazendo isso, aquilo… Terceirizar as responsabilidades. Eu acho que isso pode até resolver num determinado momento, mas não resiste muito tempo, esse argumento. A responsabilidade de governar é do prefeito”, disse.
A fala se refere a declarações de Sarto que responsabilizam o Governo do Estado, como quando o prefeito anunciou o reajuste da tarifa de ônibus e disse que o aumento se deu por uma falta de amparo da gestão estadual no custeio do transporte público, como vinha ocorrendo na gestão anterior. Elmano contestou a declaração do pedetista, à época, em um dos principais embates entre os dois desde o início do ano.

Cid, por outro lado, defendeu o gestor na questão da Taxa do Lixo, ponto sensível da atual administração municipal. O senador chamou de “demagogia” as críticas que têm sido feitas à implementação da taxa no meio político. “Acho que temos que ter coerência, a taxa do lixo é uma exigência do Marco legal do Saneamento”, disse ele, repetindo argumentos usados pela própria Prefeitura. “Para mim, o Sarto não pode ser criticado por isso, é uma imposição da legislação.”

PT
Um dos fatores que levam Cid a repreender a postura de Sarto frente ao governo Elmano é a leitura que o senador faz sobre a posição do PT para a próxima eleição. Segundo ele, em 2024 os petistas deverão abrir mão de várias candidaturas no país para apoiar partidos aliados – diferente do que tem sido a regra nos últimos pleitos – em uma tentativa de fortalecer a base do governo federal, que hoje está fragilizada. Com isso, ele considera que há espaço para composição com o PT em Fortaleza e que há boas chances de o partido apoiar um candidato de outra legenda em vez de lançar um nome próprio.

Nesse contexto, o senador avalia que a ex-prefeita Luizianne Lins, apesar de estar hoje bem colocado nos bastidores como possível candidata do PT em 2024, tende a ser preterida no processo. Luizianne, desde que deixou a Prefeitura, em 2012, foi a postulante do partido em todas as eleições municipais em Fortaleza, tendo figurado em terceiro lugar tanto em 2016 quanto em 2020. “Ela tem sempre tido uma boa votação em Fortaleza, mas acho que é um nome que tem piso, mas tem um teto muito baixo”, considera ele.