Nesta quarta-feira, 26, durante pronunciamento feito na Espanha, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a comentar sobre as tensões existentes entre Rússia e Ucrânia. Lula, que anteriormente havia falado que a Crimeia, anexada em 2014, talvez não fosse mais um assunto a ser discutido, afirmou hoje que não cabe a ele decidir de quem é o território. “Quando se sentar em uma mesa de negociação, pode-se discutir qualquer coisa, até a Crimeia. Mas quem tem que discutir isso são os russos e ucranianos”, pontuou.
O presidente brasileiro reforçou novamente o posicionamento oficial do Brasil sobre o conflito no leste europeu, garantindo que “não pode haver dúvida” de que o país condena a invasão da Ucrânia pela Rússia. “Primeiro para a guerra, e depois vamos conversar. Cada um acha que tem razão, acha que pode mais, o dado concreto é que o povo tá morrendo. E só tem um jeito, é parar para fazer o acordo”, opinou.
“O erro aconteceu, a guerra começou. Agora, não adianta ficar dizendo quem está certo ou errado, o que precisa é fazer a guerra parar. Você só vai discutir um acerto de contas quando pararem de dar tiros”, acrescentou o mandatário do Brasil.
Esta é a primeira viagem de Lula à Europa em seu terceiro mandato. O presidente tem frequentemente defendido a ideia da criação de um grupo de países neutros que possam mediar a paz entre Rússia e Ucrânia. “Acho que ninguém está falando em paz no mundo. Não tem ninguém, a não ser eu que estou gritando paz, como se estivesse isolado no deserto”, disse. “A guerra está num estágio em que acho que precisa uma interferência de um grupo de países amigos que possam sentar e estabelecer uma regra. Primeiro, vamos parar de matar gente. Vamos parar de destruir o que já está construído e ver onde podemos chegar. Se não formos capazes de fazer um acordo, paciência”, explicou.
