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segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Os bastidores do flerte entre Lula e Alckmin



Há um fato político no feriado da República. O ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin estão se comportando da mesma forma sobre a até agora improvável aliança dos dois. Nesta segunda-feira, 15, ao dizer que tem uma “extraordinária relação de respeito” com o Alckmin, Lula apenas devolveu uma cortesia política.

Em conversas de bastidores, assessores dos dois lados apontam que a chance de o ex-governador paulista estar na chapa de Lula como vice em 2022 é remota, porque ainda depende de muitas variáveis. Alckmin precisa sair do PSDB, ir para o PSB e se viabilizar em um partido que tem outros nomes para o posto de vice de Lula.

Isso sem contar que é muito cedo. Recentemente, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o vice vai sair com o tempo, do processo político natural de alianças. Para que fechar um candidato de vice agora, a um ano das eleições?

Um posto de vice numa chapa deve ter a bagagem razoável de convergência do mesmo projeto político – Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão estão afastados agora, mas em 2018 pensavam parecidos. Pode-se até pintar o Alckmin de vermelho que ele continuará sendo visto pela militância petista como “um Opus Dei” tucano.

Lula é inteligente e tem mais de vinte candidatos querendo o posto de vice em sua chapa. No dia de hoje, vimos apenas um ex-presidente, com sabedoria, usar o mesmo tom de um ex-governador. Não confirmou que está dentro, ou seja, não se comprometeu com a forma, mas sem fechar a porta para o ano que vem.