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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Com novo financiamento de políticos, quanto mais deputados eleitos os partidos tiverem, mais eles vão lucrar



Se uma fábrica lucra com a produção de bolas, toda energia da empresa se direciona a produzir cada vez mais bolas. Esta é uma regra natural de gestão. Com a proibição do financiamento privado de partidos e campanhas, o lucro das siglas está no número de deputados, portanto este é o princípio básico que move a política no momento, eleger mais deputados para lucrar mais na distribuição dos recursos. Cerca de R$ 1 bilhão para o fundo partidário e mais quase R$ 6 bilhões para o fundo eleitoral. Não é pouco dinheiro. São recursos legais, limpinhos e prontos para serem gastos. Mudou tudo na dinheirama que roda nos partidos políticos. A palavra da moda agora nas empresas é compliance. Ficou perigoso demais repassar dinheiro para políticos, candidatos ou partidos. As regras estão rígidas, Ministério Público vigilante e adversários com lupa sobre as contas dos adversários. Financiamento ilegal pode resultar em cassação e cadeia. A prisão aí vale também para os empresários compradores de políticos.

Mas a relação tradicional entre setores de pressão e a política acabou? Não! Mudou. Uma nova modalidade de militância política está em pleno vapor aqui em Brasília. Os setores organizados abriram representações pesadas e agora fazem um trabalho mais técnico. Antes, os grupos econômicos contratavam lobistas, com o nome técnico de gerentes governamentais para fazer a ligação com o poder. As malas de dinheiro  corriam por estes profissionais e chegavam nos partidos. Eram “doações” legais, chamadas de “por dentro” e as ilegais, configuradas como “por fora”.  Era tão corriqueiro que partidos e deputados que não recebiam as “contribuições” se sentiam humilhados. A realidade agora é outra e as mudanças desafiaram partidos.