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sábado, 16 de janeiro de 2021

Ministério da Saúde exige imediata entrega das seis milhões de doses da Coronavac


O Ministério da Saúde exigiu que o Instituto Butantan entregue imediatamente as seis milhões de doses da CoronaVac, estocadas em São Paulo. A Vacina está sendo desenvolvida pela instituição em parceria com o Laboratório Chinês Sinovac e foi solicitada por meio de ofício para poder começar a Campanha Nacional de Vacinação nesta quarta-feira (20), às dez da manhã, para grupos prioritários em todo o Brasil. 



O Ministério da Saúde informou, no documento, que aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), prevista para este domingo (17) para iniciar a distribuição para todos os Estados ao mesmo tempo, a partir de segunda-feira (18).

- Ressaltamos a urgência na imediata entrega do quantitativo contratado tendo em vista que este Ministério precisa fazer o loteamento para iniciar a Logística de distribuição para todos os Estados da federação de maneira simultânea e equitativa, conforme Cronograma previsto no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, tão logo seja concedido autorização pela Agência Reguladora, cuja decisão está prevista para domingo, dia 17 de janeiro de 2021”, diz o ofício.

O Instituto Butantan em nota destaca que enviou resposta ao Ministério da Saúde informando que entregará a totalidade das doses requeridas e solicita informações sobre o quantitativo que será destinado a São Paulo.

Segundo o Butantan, é comum que para todas as Vacinas destinadas pelo Instituto ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), parte das doses permaneça em São Paulo. Isso ocorre, por exemplo, com a Vacina contra o vírus Influenza, causador da Gripe. O Butantan informou que aguarda confirmação de data e horário sobre o início da Campanha de Vacinação que ocorrerá simultaneamente em todo o Brasil.

O Ministério da Saúde respondeu que cabe a ele a distribuição equitativa de todas as seis milhões de doses e que o Butantan não pode destinar a quota para São Paulo.

Com informações da Agência Brasil.
Coronavac - Os Testes para Estudos Clínicos com a Vacina do Butantan começaram em julho do ano passado em seis Estados e Distrito Federal. 

O Estudo foi realizado com 13.060 voluntários, todos profissionais da saúde e expostos diariamente à Covid-19. Metade do grupo recebeu placebo e a outra metade tomou a vacina. Desde o início dos estudos, 252 pessoas foram infectadas: 167 do grupo placebo e 87 que tomaram a vacina. É importante destacar que entre os vacinados, não houve nenhum caso grave e nem moderado.

Os resultados do Estudo da Fase 3 mostraram que nos casos graves e moderados a eficácia é de 100%. Para os casos leves, 78% e, nos muito leves, 50,38%. Isso significa que temos 50,38% menos chances de contrair a doença. Se contrairmos, há 78% de chance de não precisarmos de qualquer atendimento médico e 100% de certeza de que a enfermidade não vai se agravar.

Já muito utilizada entre as produções do Butantan, a tecnologia do vírus inativado funciona da seguinte forma: o vírus é cultivado e multiplicado numa cultura de células e depois inativado por meio de calor ou produto químico. Ou seja, o corpo que recebe a vacina com o vírus – já inativado – começa a gerar os anticorpos necessários no combate da doença.
Após tomar a vacina, quem contrair o vírus não desenvolverá a doença, mas poderá transmiti-la. As vacinas atuam na prevenção e evitam o contágio, induzindo a criação de anticorpos por parte do sistema imunológico.

Outras dúvidas sobre a CoronaVac
  • Por que a eficácia muda de uma Vacina para outra? A eficácia de cada estudo muda dependendo do ensaio clínico conduzido. Os critérios podem ser diferentes de país para país e fatores como quantidade de voluntários testados, nível de exposição ou contato com o vírus – inclusive a maneira como os sintomas foram percebidos ou acompanhados durante os testes – contribuem para diferentes resultados.
  • Por que a eficácia da Coronavac é menor? O estudo traçou um estudo diferenciado ao selecionar somente profissionais da Saúde e que atuam diretamente na linha de frente. Nenhuma das demais Vacinas foi testada em um ambiente de incidência tão alta. Nossa vacina ter apresentado uma eficácia de 50,38% não quer dizer que não seja boa. Pelo contrário, a eficácia de 50,38% da Coronavac está dentro do recomendado estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Anvisa, e quando comparada a outras vacinas como a da gripe, por exemplo, a eficácia é ainda maior.
  • Qual a principal vantagem dessa Vacina? A vantagem da CoronaVac comparada a outras vacinas é a logística de armazenamento e distribuição, já que a temperatura de conservação exigida é entre dois e oito graus Celsius, média que os freezers disponíveis no Brasil utilizam para outras Vacinas.
  • Quais os efeitos adversos da Vacina? Os efeitos mais comuns apresentados após a vacina foram: dor no local da aplicação e dor de cabeça após a primeira dose. Também não foram registrados efeitos adversos graves e de interesse especial relacionados à Vacinação.
  • Quem pode tomar a Vacina e quantas doses serão necessárias? Inicialmente, o programa de imunização terá como alvo profissionais da Saúde, pessoas com mais de 60 anos, indígenas e quilombolas. Terminada essa primeira fase da Campanha, os demais grupos serão vacinados. Crianças e grávidas não entraram nos primeiros testes, mas participarão em breve dos estudos do Butantan.
  • As duas doses da Vacina somam 50,38% de eficácia e, durante o Estudo, a segunda dose foi aplicada num intervalo de 14 a 28 dias em relação à primeira.
  • Qual o cenário atual da produção da CoronaVac? São Paulo já conta com 10,8 milhões de doses, quantidade capaz de garantir estoque para o tão esperado início da Vacinação, que deve começar após aprovação do Uso Emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária-Anvisa, prevista para este domingo (17). Para produzir a primeira Vacina Brasileira, o Butantan conta com uma fábrica que funcionará com quase 400 técnicos, 24 horas por dia.
Com informações do Instituto Butantan.